Ao longo das últimas décadas, o veterinário vem perdendo a característica de profissional liberal, tornando-se assalariado. Nessa condição, a média dos seus rendimentos estão reduzindo, a sua qualidade de vida está caindo e o seu prestígio social declina. Por que isso acontece? Devido a baixa empregabilidade da imensa maioria dos veterinários.
O veterinário é um apaixonado pelo que faz. Ele investe tempo, esforços e recursos para se aprimorar tecnicamente. É amplamente sabido que o veterinário brasileiro, tecnicamente, está entre os melhores do mundo. No entanto, conforme pesquisas realizadas em Harvard University, a competência técnica é responsável apenas por 33% do sucesso de um profissional. Os outros 67% que dependem das outras habilidades, não são desenvolvidas pela imensa maioria dos veterinários. Isso se reflete na sua remuneração, qualidade de vida e prestígio social.
Empregabilidade é ter as habilidade que o mercado pede. Esses são os pilares da empregabilidade:
1. Preparo técnico;
2. Habilidade interpessoal, isso é, a capacidade de interpretar as intenções alheias e de exercer a liderança no grupo;
3. Habilidade de comunicação;
4. Habilidade de gestão e mercado;
5. Habilidade para utilização dos recursos tecnológicos.
Os currículos das faculdades de veterinária privilegiam os temas técnicos e ignoram a formação mais ampla do veterinário. O recém-formado, buscando o sucesso profissional, faz mais do mesmo em vez de ampliar os seus horizontes. Ele se aprofunda na técnica veterinária, não desenvolvendo as habilidades desejadas pelo mercado. Dessa forma ele se torna mão-de-obra altamente qualificada e barata. Desconhecendo o mercado, o veterinário se sujeita a empregos, que muitas vezes, o remunera mal.
O veterinário tem quatro possibilidades em frente ao mercado. São elas:
1. Ser funcionário de uma clínica pública ou privada.
Como funcionário de uma clínica, ele deve ter as competências técnicas para a função, se relacionar bem com os colegas, com as auxiliares, com o dono da clínica e com os clientes. Se ele se sente feliz e realizado nessa função, com os rendimentos, qualidade de vida e prestígio social gerado por ela, podemos dizer que ele conquistou o seu lugar. É evidente que ele tem que se aprimorar nessas habilidades para manter o seu lugar devido ao dinamismo do mercado. Nessa função, as habilidades interpessoais e de comunicação são essenciais para o seu sucesso.
2. Atuar como veterinário volante, como profissional liberal.
Como profissional liberal, o veterinário deve ter todas as habilidades apresentadas, mais a habilidade de gerenciar o seu tempo e de captar os clientes certo. Assim, os conhecimentos de gestão e mercado se tornam essenciais para seu sucesso profissional.
3. Ser proprietário de uma clínica.
Para ter sucesso como proprietário de uma clínica, o veterinário deve ter as habilidades apresentadas mais a capacidade de delegar funções. Delegar quer dizer passar para o outro fazer tudo aquilo que o outro faz melhor e mais barato que ele. Para delegar, o veterinário tem que saber escolher as pessoas certas para as funções certas.
4. Ser investidor.
O investidor é aquele que aplica os seus recursos financeiros em clínicas veterinárias, pet shops e hospitais. Para atingir esse patamar, o veterinário deve desenvolver as habilidades citadas, ter recursos financeiros disponíveis para o investimento e ter conhecimentos de gestão financeira.
A medida que o veterinário avança da possibilidade 1 para a 4, o seu rendimento financeiro, qualidade de vida e prestígio social será ascendente. Para isso ele tem que ampliar as suas habilidades, indo muito além da formação técnica veterinária.
No passado bastava ser bom na técnica para se ter sucesso profissional. O mercado atual nada tem a ver com o mercado do passado. O cliente de hoje é muito mais informado e exigente. Para conquistar sucesso profissional, temos que aprender a ver a Veterinária com novos olhos e desenvolver as novas habilidades que o mercado pede.